No artigo “Pensando Tecnologia e Sociedade”, a autora Luziele Tapajós – Professora do Departamento de Serviço Social da Universidade Federal de Santa Catarina, Doutora pela PUC SP, faz uma análise a respeito da tecnologia, suas implicações na vida social e sua relação com as ciências sociais. A mesma salienta que a Tecnologia de Informação é uma área que vem sendo discutida e produzida cada vez mais, é uma área em expansão, porem não traz consenso, há discórdias quanto ao tema. É de suma importância compreender a atual conjuntura da sociedade marcada por um intenso processo de globalização e acelerados avanços tecnológicos que causam também grandes impactos na vida das pessoas.
Luziele não tem o intuito de realizar um estudo aprofundado, a mesma objetiva apresentar alguns apontamentos sobre algumas vertentes da sociologia no que se refere à discussão sobre tecnologia e suas implicações na organização da sociedade.
Tapajós organiza o texto em 2 partes, uma com alguns expoentes que defendem a Tecnologia de Informação e outros que as criticam. A autora faz a diferenciação entre tecnologia como produto e tecnologia como pratica social. Destaca que a primeira são produtos que se explicam por si só, como processo natural e que interferem nas relações da sociedade. Já as tecnologias como pratica social possuem um sentido mais amplo, interferem também na vida das pessoas e são funcionais e necessários ao modo de produção capitalista atual.
O pensador americano – Lewis Munford recusa a idéia que toda tecnologia é indispensável e sempre benéfica à humanidade, desconsidera ainda a tecnologia como fundamento, e sim como produto do pensamento e da criatividade que deveria ser colocada a serviço do homem.
Tapajos coloca que existem algumas previsões a respeito desta nova era que estamos vivendo, num contexto de desenvolvimento acelerado da informatização, mudanças na dinâmica da sociedade, das relações entre as pessoas que muitos a chamam de “mundo da informática”, “era da informática”, “civilização da imagem”, “era cibernética”, e neste cenário estabelece surgimento de novos saberes e poderes.
Alguns autores afirmam que a tendência atual é que o mundo e as pessoas se virtualizem cada vez mais, e que isto é um movimento geral e irreversível que alteram a dinâmica da informação, da comunicação, das relações, da economia e a constituição dos seres. Autores otimistas consideram que o mundo real é virtual e o virtual é naturalmente potencial, e é preciso compreender a mutação contemporânea e dela participar.
O pesquisador e professor Joel de Rosnay, sugere que o futuro, com toda essa intensificação das inovações tecnológicas, transformara o mundo e a sociedade que vivemos, resultara então em uma nova humanidade, um novo ser.
O norte americano, Nicholas Negroponte afirma que vivemos o surgimento de uma sociedade definida como pós informacional onde átomos dão lugares à bits, conhecimentos diz respeito a maquinas interagindo e entendendo com os homens e onde a vida digital não necessitara tanto da presença material, mas sim da transmissão digital à vários lugares e onde a noção de público se restringe a uma só pessoa. Este autor, aponta ainda que precisamos reconhecer todos os aspectos positivos trazidos pela introdução das tecnologias para que não corramos o risco de viver do passado.
Porem, no decorrer do texto, Luziele apresenta autores que se vêem preocupados com estas circunstancias que delineiam. Estes argumentam que os avanços tecnológicos atuais causam grandes impactos na civilização que resulta no perverso efeitos morais, políticos e sociais, sem contar que o tempo virtual nunca se identificara com o tempo real e que a cultura esta se rendendo a tecnologia.
Dessa forma, podemos perceber que como dissemos no inicio, não existe um consenso sobre as tecnologias de informação. E realmente, talvez não exista uma só verdade, tanto os que criticam, quanto os que apóiam e são a favor da inserção deste no mundo contemporâneo, talvez tenham razão. O processo é contraditório mesmo, existe os pros e contras. Sem duvidas as tecnologias de informação desenvolveu e muito a sociedade, trouxe facilidades para o dia-a-dia das pessoas, possibilitou aproximação de pessoas distantes, trouxe agilidade, praticidades e eficiências para o cotidiano, porem ao mesmo tempo, aumentou ainda mais as desigualdades, a disparidade ficou ainda maior, intensificou o aumento do desemprego, pobreza e a exclusão social. A tecnologia de informação é um elemento essencial e funcional ao modo de produção capitalista atual.
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